sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

VAI DORMIR QUE É FÁCIL


Amassa o papel,

joga fora,

mais uma folha,

e nada feito.

Será que estou doente?

O que está faltando?


Inspiração me diz uma voz,

que se julga sábia.


Vejo meu lixo se enchendo,

E aquela mesma voz.

Cigarros,e mais,

Nervoso!

Taco ele aceso,

provoco fogueira.

Que bela imagem!


Inspiração, me diz uma voz,

Agora julgo-a sábia.


Feito tudo cinza,

volto ao papel,

e mais papel, e mais.

Nada!


Solto o lápis,

Rasgo o papel,

Vou a Janela.

Lua, ó lua!,

tenha pena deste pobre,

vagabundo!


Converso comigo.

Esse imbecil,

sempre conversando,

de si pra si,

deve ser louco.


Inspiração, repete a voz,

Agora sei que ela é louca.


Pois vou dormir leve,

Lembrando-me de que,

para escrever,

não se precisa coração,

Escrevo porque escrevo,

e dessa forma, por mais vazio,

não me falta inspiração.

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