sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

VAI DORMIR QUE É FÁCIL


Amassa o papel,

joga fora,

mais uma folha,

e nada feito.

Será que estou doente?

O que está faltando?


Inspiração me diz uma voz,

que se julga sábia.


Vejo meu lixo se enchendo,

E aquela mesma voz.

Cigarros,e mais,

Nervoso!

Taco ele aceso,

provoco fogueira.

Que bela imagem!


Inspiração, me diz uma voz,

Agora julgo-a sábia.


Feito tudo cinza,

volto ao papel,

e mais papel, e mais.

Nada!


Solto o lápis,

Rasgo o papel,

Vou a Janela.

Lua, ó lua!,

tenha pena deste pobre,

vagabundo!


Converso comigo.

Esse imbecil,

sempre conversando,

de si pra si,

deve ser louco.


Inspiração, repete a voz,

Agora sei que ela é louca.


Pois vou dormir leve,

Lembrando-me de que,

para escrever,

não se precisa coração,

Escrevo porque escrevo,

e dessa forma, por mais vazio,

não me falta inspiração.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010


O Guarany


Ói...

Discunjura,

O sol enreda a tarde,

E queima o pouco que há,

O que não tiramos,

E o que ainda pensamos em criar...


De vento bravo, em calmaria,

O mesmo sotaque carregado,

O mesmo tom desbotado,

Andando, só por andar.


O dia teima em cair,

A noite tem que chegar,

Por mais sofrida que seja,

A luz do entardecer,

Não basta ver pra crer,

A meia-lua no ar.


De fé em tudo,e crendice,

Que nessa terra tudo dá.

Carrego na mão um terço 

A cruz posta na fronha,

Levo também no coração 

Uma coragem medonha...


No alto de uma palmeira,

Na lenda Tamandaré,

Em terras quilombolas,

A Batalha contra os Aimorés.


Da ficção fez-se o nome,

Da ilusão a estada.

E o mesmo sol que queimava,

Nos dava prazer na Qued'áqua.


Entre a arte e o improvável,

A memorável jornada,

A noite coroa com estrelas,

Um filme que roda na alma,

Os filmes cavalgam na mente,

Enquanto a gente cavalga.


Do adeus demorado,

Ao rápido conhecimento,

é tudo simples e raro,

Até o tempo do tempo...

domingo, 24 de janeiro de 2010

É pureza,

Me abraça,

Mas não beija.

Culpa e amor.

Caminham tão lado a lado,

quanto eu e ninguém.


É dureza

Me angustia,

Mas não chega.

Solidão,

Caminha junto aos meus dedos,

E escrevo com os olhos.


É fraqueza,

sono, fome e basta,

nunca me deixam.

Vejo-te entregue.

Não!não queria te ver assim.

A mais pura poesia beet

Dançando em meus versos de amor.


Não mais, por favor!

Bato na cabeça, 

tenho essa estranha mania,

Pra mudar o pensamento.

O que me vem são luzes e mais flashs.

E um grande refletor!

Ah! merda!

O foco, mesmo longe, 

percebe-se, 

é a culpa que levo.


Culpa e amor,

é você andando a minha sombra.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Ai, que inveja que me dá

essa minha obrigação

De não ter compromisso


(Solto, sempre solto no ar)


Mesmo assim, mal visto por todos,

Sinto que meus versos,

Lhe abrem um sorriso.


Ai, como eu queria invejar,

Esse seu jeito, de achar,

Que tudo pode mudar, nada é fixo,


(Solta, leve, alta no ar)


E mesmo assim, livre de todos,

Lê com os dedos meus versos,

e os veste, como a um crucifixo.


Não me ame, nunca mais me ame!

Quero ser como um qualquer.

Morrer de morte morrida,

Longe dos braços da mulher.


Mas não quero ser Ivan,

Que perto da ribanceira,

repara que não viveu,

E vive o último passo,

Reconstruindo seus passos,

Rezando por um falso Deus.


Mas se algo mais promissor,

A vida me conceder,

Quem sabe um médio escritor?

E assim nunca morrer...


Mas não quero ser Arturo,

Que mesmo vivendo a verdade,

Amou e nunca a teve,

Ela, em sua mediocridade.


Por todos esses exemplos, 

Que vêm da imaginação

(Já disse não tenho obrigação)

Vou me deixar levar.


Então quem sabe estaremos um dia,

Soltos, leves, sempre soltos no ar...




Bom só pra não deixar ninguém as escuras... Ivan e Arturo são, respectivamente personagens de Tolstoi e John Fante.... agora explicar os personagens é outra história, portanto leiam os livros!

São: A morte de Ivan Ilicht do Tolstoi, e Pergunte ao pó do Fante! é isso!

domingo, 17 de janeiro de 2010

Quando o preto dos teus olhos

Se instalou em minha mente

Nao sei porque fui dependente

Desse preto, nascente dos solos


Sei que fiquei entristecido

Alguns julgaram revoltado

Nao é possível! Que sentido

Tem em amar um bem rachado?


Os teus olhos me olhavam

Penosos de minha cara

Que pensava nesse preto


Que pensava na fumaça

Que esvai-se em pensamentos

É! Acho que preciso dar um tempo...



Poema bem bobo... mas ... qual não é?


quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

RIO DE ROMEIRO


Névoa na cidade-mãe.

É a poluição tingindo 

o entardecer.


Luto nesse mesmo palco.

Pelo golpe baixo,

Que feriu, fez sangrar.


Tece teu fio, ó rainha,

Viúva eterna,

Seu fio de pó.


(E é esse o pó.

Esse pó, da cidade,

não da grande.Da nossa.


Esse pó, que talha,

e embaraça,

nossa existência)


Busca refúgio ,

Na distância,

Do pensamento.


Pois tua cidade, ó rainha,

Não quer ser órfã

Do tempo.


E a névoa do pó,

que distrai,

Que tu crias,


E perturbas o sono,

de seus concidadãos.

De seus meros vigias.


É a certeza que um reino,

Por mais forte,

por mais distante,


Precisa de base,

E essa base teces,

em forma de amantes.


O povo exaltado,

repara , ó rainha,

que a base que teces,


Lhe traz agonia.

Essa névoa que crias,

Do pó da cidade.


E o povo inquieto,

com teu sofrimento,

grita, para seu tormento:


-Saia do trono, ó rainha querida.

Vá buscar moradia em outra cidade.

Lá não serás rainha,

Mas serás felicidade.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Mas o que me comove é o choro,

Não faço fé de casamento,

Tenho fé no jogo,

Perdi a religião do medo


Indiferente a felicidade, 

A triteza é um jogo,

Que me abaixa a cabeça

E me faz suspirar,

Mas que no fundo,

Também tem seu gozo


Era um

Fui alguém.

Agora, ou hoje?

Fui nada, no meio de nada,

Um monte de Franciscos,

Um monte de nada,

Uma ilha de talvez,

Sempre talvez,

será?


Que jogo é esse,

Que insisto em apostar?

é culpa sua.

Não deu a entender,

nunca deu, Mas naquele momento,

dava.


O ódio existe em meu peito,

A bondade talvez,

Mas não me mostro assim,

sou nada, e como tal,

Posso ser mil em mim.


Trabalhos...trabalho?

o ócio, a cama,

a comida, o fumo,

a música, e claro, a cana.


E tudo isso foi dito, 

nada será explicado,

rodeios sobre mim,

Escrevo a minha maneira.


Mas pra citar você,

Vou recorrer a estante,

Um livro de Manoel Bandeira, 

E assim já é 

"Estrela pra vida inteira"

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Que lapso!

é vida?

não, é desamor...

Vivacidade há...

só não tem ninguém,

Ninguém pra provar...

Que susto!

é morte?

não, é desamor.

Felicidade já não há

Mas eu sei que tem alguém,

Alguém para me dar.

Que, rápido?

Intenso?

Não!

não houve nada,

foi só manhã de sonho...

Pensava que acordando

Seria diferente,

só a gente...

-O que houve?

Nada!

Vamos voltar o dormir, 

por mais alguns minutos.

Estava só botando mais poesia no mundo.

Quando der meia- dia a gente acorda.

E ai pensa se vai almoçar,

ou tomar café, 

Com fome mas com medo de comer....

domingo, 10 de janeiro de 2010

DIRETO


Fez despertar,

Os piores sentimentos.

Jogo no lixo o bem estar,

Não lembro de outro acontecimento

Não sei se mato ou se morro,

Não sei dar tempo ao tempo.


Punhalada nas costas,

Razão jogada ao vento

Não me importa se gostas,

Sinto no peito veneno.

Sinto nas mãos descontrole,

Escrevo, lhe apontando o dedo.


Sou eu e você nessa rua,

Tá frio , e quente seu sangue,

Escorre em minhas mãos tua tinta,

Não tenho mais pena de ti.

Por mais figurada minha escrita,

Morreu como os contos, tem fim.

(rio, 10 de janeiro de 2010)

sábado, 9 de janeiro de 2010

CORRE E VEM VER


Corre e vem ver

Como passa, rápido, mas sereno,

Passa a manhã, passa aquele vento

Eu arrumo a casa, ela o cabelo

Vem rápido , vem depressa

Pois meu contentamento,

é escasso e tem pressa,

Como a vida, que vivida é pouca

E tem sede de morte

Corre e vem ver 

Esse breve momento,

Que é o castelo de areia

se desfazendo no mar

Rápido, se apressa, 

pra conferir como é lento,

o rodar do catavento, 

imagens que a vida trás,

Corre e vem ver

Como passa rápido o tempo...

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010


Suspenso

É medo...
É futuro remorso...
É não-sei-que-lá-dor;

É o realizar do abismo...
É o primeiro olhar em já meio caminho
Falhar com você... Ai que pavor!

Voltar é insano
A mim não existe
Parado é perdido
A tábua se rompe
Correr desvairado
Pra fora da ponte
Ou vagar nos meus atos
E o bambo resiste?

Indecisão no espaço
Minha angústia consiste
Repenso passo por passo
Aprendi ontem
A me amar nos seus braços
Desejo sublime
É ver-nos fluir
Na firmeza da terra firme.
(Adrian Hagemeyer)



Muro escuro, muro alto,

Muro escuro, com certeza,

Que vai ficando mais baixo

Revelando a natureza

Olho pra cima e vejo

Deus de braços abertos

E vejo que estou pisando,

Abaixo, a terra no teto.

O verde também é teto,

Com flores para se abrir


Muro escuro, muro alto,

Muro, com certeza escuro,

Que vai ficando mais baixo,

Revelando futuro.

Olho pra frente, não vejo,

Deus com braços abertos

E vejo que ele está pisando

A Terra, o nosso teto

E vendo-te sempre por perto

Sei que Deus inda está aqui.


Muro escuro, muro alto

Muro futuro, muro passado

Que vai ficando de lado

Quando te cruzo a entrada.

E na escada, em seu auge

Nem tenho o que dizer,

É rima fácil de ver

O muro do parque lage.

O mundo está aberto,

E Deus são flores pra ti.


quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Um tiro na cabeça,

E a dor passa...

O suicídio,

é virtude dos corajosos?

ou despreparo dos fracos?

Um último pedido,

e já não lembro mais nada.


Quem nunca pensou em voar?

Olho pra baixo,

e toda maldade que tenho,

toda angústia que tenho,

se distancia, minha vontade agora,

é de me jogar.


Eu também preciso da brisa.

Mas leve, ela me pisa,

A morte, tem como virtude,

fazer lembrar.

E eu, sem pretensão em vida,

Espero o último estalo.


Um tiro na cabeça,

E a dor passa...

Quem nunca pensou em voar?




O SILÊNCIO


Sentei numa pedra e pensei....

Que fruta foi essa?

Não era daqui,

fruta doce, e amarga,

Me fez confundir.


Vi amigos estirados,

descobrindo o mundo.

E na ingenuidade de alguns,

Minha própria maldade.


Dar a minha versão,

é sempre mais fácil.


E num momento sensível,

alguém me alertou,

o grande barato de ti:

os mistérios, os risos,

e o silêncio.


Luz!, minha luz,

é de escrivaninha, 

está sempre ao meu lado,

mas só ilumina minha escrita.


Sim!, você é minha luz,

deitada ao lado, não sei o que faço,

vou dar um mergulho.


o rio gelado, o sol escaldante,

A pedra ameniza o frio , 

faço dela minha amiga.

Sento na pedra e penso...

Que fruta foi essa?


Fruta da luz.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

olho, tu olhas,

pra cima , pra luz, 

pra você,

tu olhas..

pra mim, pra cima , pro lado, pra luz .

olho,pros teus olhos 

vejo teu olhar de perfil, 

e tento imaginar 

se olhas, pra mim?

pra quem?

olhas pra dentro,

enquanto eu olho pra dentro de mim, 

e pra cima, e pra luz,

e nos seus olhos,

tu olhas pra dentro de mim, 

e eu pra dentro de você, 

e é ai, que viras o rosto e olha

pra onde olhavas antes, 

onde olhos sem repouso fazem um descanso,

pro infinito, 

e eis que repouso meus olhos ,

no teu infinito,

nos teus olhos.




OLHA QUE BONITO


Mais um sol...

Passa a tarde

O areal,

passam montes na sombra

O Pedestal

é o corcovado

Olha que bonito,

O sol batendo atrás do cristo

E o altar, sempre lá

Olha da janela, 

o Lolô, sereno,

nos olhando, 

Passa nuvem passa, 

lembra-nos do tempo

e de quando,

imaginamos o mundo, ao contrário,

e descobrimos  dentro de nós o universo...


Ojha que bonito, 

O sol batendo atrás do cristo, 

E num piano

O som da tarde,

Mais um sol...

E a gente arde!


segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

ÔNIBUS MÁGICO


Se quero dar idéia de movimento,

de ter passado tempo,

tenho que fazer passar,

por isso escrevo que passa...

passa...


Olha a casa que passou, 

e o ônibus parou em outro ponto,

passa...

entrou uma senhora,

quanto tempo pra subir!

pernas cansadas....

por isso brinco com as reticências...

porque passa...

e não dá fim... e continua andando...

passando no jóquei...

E o ônibus pende 

perigosamente,

pra esquerda...

não quero cunho político,

por isso vou falar de tempo,

não de direção,

pois sempre dá resquício a interpretação.

20 minutos,

e mais uns no sinal....

que demoram mais tempo que a viagem toda...

parado a gente pensa no que está fora,

andando pensamos no que passou....

passa...

movimento...

pensamentos são leves...

leves como o movimento do vento 

e ouso dizer,

leves como o desajeitado

chaqualhar do ônibus....

E eu leve com o pensamento no tempo...


Mas pra fazer o tempo parar é fácil,

vou escrever de você,

meia duzia de adjetivos forçados,

métrica e pontuação rigorosa ,

já trazem cansaço aos olhos do leitor.



RABO SEM SAIA-PRA LER SEM RESPIRAR


Parece mentira

Mas nunca fui de piada...

Mas hoje pensando 

No último sábado

Eu mesmo reparei 

Estava inspirado


Olhei pra você

De rabo de olho

O rabo de saia

Passava por mim

Estava confuso

Já bem animado

Seu marido coitado

Perdido nos cantos

Tipo cabisbaixo

Vestido a caráter:

Sapato, um trapo

E a calça jeans.

A festa animada

Na cozinha 

A rabada

E a empregada

Vestida de saia

Ensaiava escondida

Agradecimentos

Que se esperam sinceros

Ao fim de um dia 

De grande trabalho...


E no rabo de saia

Daquela donzela

Meu olho parava

Era sentinela

E os do seu amante 

Eram cães espumantes


Tão espumantes que eles brigaram


E ai entra a graca:


Ele foi embora...

E com tanta rabada

Meu rabo de olho

O rabo de saia

O bom, que interage...

Rabo de verdade!

A saia da morena

Saiu de sua alma

Mas a alma no corpo

O rabo na alma

Dancei noite inteira....

Num quarto estrelado

Com rabo sem saia

Na saia do diabo.

domingo, 3 de janeiro de 2010

SEMNOME


Vai, vai embora de mim,

Vai embora paixão,

sai da sala de estar,

mas pela porta,

não se perca em porão.


Vai, vai amor sufocado,

não quero seu abraço,

nem tampouco espaço,

em seu compartilhado,

generoso coração.


Não, certeza, hoje não

Reflito ainda um pouco,

mas dei o apito final,

O tempo ontem foi curto,

já hoje há tempo maior


O que será isso em meu pulso?

Que eu sei,  não é pulsação

Como posso mudar de assunto?

E conversar comigo, em versos,

Me parece inspiração perdida em vão...


Mas pra chegar ao fim de tudo.

Preciso me acostumar 

A não mais viver de sonhos,

o mundo é lógica, por isso não tenho fé

(e como explicar o meu pulso?)


Não quero mais lhe dar a mão.

Mas pra isso tenho que aplicar 

a lógica do mundo ao coração.




Soneto do tempo a dois.


Só vivo do passado por escolha

Não penso nunca em dizer não,

Enquanto for virtude a desilusão

Sei, não há lençol que me acolha.


Lembro do futuro no espelho,

Não sei se há em mim tal desapego,

se houvesse, poderia não chorar

O tempo que é presente e que não veio.


Na mesa só um prato pra servir,

não mais o que foi no pensamento,

A vela esconde o riso,


O que é que há?

Me fala por que tensa?

Se já disse o que penso.

Algumas poesias...



Vou começar com essa poesia por nunca ter mostrado ela, e porque não me lembrava dela e achei quando fui procurar algo pra estrear essa joça...


coco (escatologia)


É tão bom!

Mas também repugnante

Cheiro de brejo ou pior

E a sensação de dever cumprido

Ou de alívio...

São inúmeras sensações

que muitos devem ter, E por isso mesmo

Vou me prender a minha

Que defino como um momento

Em que nada nem ninguém me 

incomodará ou dirá besteiras a respeito de mim

é um trono e eu,

o rei.

o rei de mim mesmo, porém

súdito da vontade, da fisiologia

da anatomia humana, e quem sabe da 

histologia.

só sei que esse momento envolve uma parte ruim

quando nos rendemos ao mundo externo 

e temos que sair 

como se nada tivesse acontecido

rindo e cumprimentando a todos

por pior que esteja o estado de nossas mãos





Recado ao tempo.

Afasta-te de mim,
Pelo menos o peso.
Pra ver se não correm
os dedos, no papel.
senão corre o medo.

Esquece de repente
O minuto, filho teu,
Filho inculto, que pra viver
Robotizou o trabalho,
E se repete a cada 60.
E assim do suor do ofício, 
Faz passar o dia.

Não faz caso de horas.
Não esquenta com sol
A lua, teus olhos de lince
Se faz quieta, mas sente.
Que mesmo passando sereno,
Talvez pessimista,
O tempo, ao contrário de nós,
Olha sempre pra frente.


Catedrais


Catedrais....

são pedras sobre pedras

O fanatismo a flor do mundo.

É a busca por uma resposta...


Monumentos expostos,

são ferro sobre ferro,

A beleza da arte,

Passando depressa,

Pra nos lembrar,

Que há tempo perfeito,

Podemos parar pra pensar.


Catedrais...

Sou eu sobre você

O fanatismo a flor da pele,

Essa é a melhor resposta...


A linha do medo,

em trasnversal,

E na linha principal,

toda beleza do novo,

do inusitado prazer,

de ser amado.

E se tornar, assim,

monumento exposto,

Que por entre o cinza,

destila reflexão e poesia,

pelo ferro, pelas catedrais...


Os poemas não foram e não serão postados segundo nenhum critério que não seja a vontade do escritor, só para deixar claro que não há ai nenhuma cronologia, ou qualquer forma de distribução padronizada.

Blog

Nunca me atraiu a idéia de ter um blog, uma webpage ou algo semelhante. Mas fui sendo colocado nesse mundo aos poucos. Com a falta de televisão, me vi perdido, o computador, ou melhor o laptop, passou a ser um apêndice das minhas pernas, difícil explicar.
Fui sentindo ao longo do tempo, uma enorme vontade de divulgar minhas poesias, não por achar que estavam boas, e sim pra saber o que os outros achavam.
Mas aquela punhetagem de orkut me cansou um pouco. Ao mesmo tempo os romances me venceram. Rubem Fonseca me fez abrir os olhos pra um novo mundo, onde antes só via história, música e poesia, e mais poesia.
Enfim, não entendo muito de prosa, começo a me aventurar nesse campo agora, sou meio chato com o uso do português, apesar de sempre cometer erros, sempre mesmo, então, desde já peço desculpas pelos futuros erros. 
Mas mesmo com a vontade repentina de escrever contos, crônicas e afins, continuo me focando na poesia, só pra deixar claro.

Acho que é só, ano novo, joelho novo, blog novo...