segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

ÔNIBUS MÁGICO


Se quero dar idéia de movimento,

de ter passado tempo,

tenho que fazer passar,

por isso escrevo que passa...

passa...


Olha a casa que passou, 

e o ônibus parou em outro ponto,

passa...

entrou uma senhora,

quanto tempo pra subir!

pernas cansadas....

por isso brinco com as reticências...

porque passa...

e não dá fim... e continua andando...

passando no jóquei...

E o ônibus pende 

perigosamente,

pra esquerda...

não quero cunho político,

por isso vou falar de tempo,

não de direção,

pois sempre dá resquício a interpretação.

20 minutos,

e mais uns no sinal....

que demoram mais tempo que a viagem toda...

parado a gente pensa no que está fora,

andando pensamos no que passou....

passa...

movimento...

pensamentos são leves...

leves como o movimento do vento 

e ouso dizer,

leves como o desajeitado

chaqualhar do ônibus....

E eu leve com o pensamento no tempo...


Mas pra fazer o tempo parar é fácil,

vou escrever de você,

meia duzia de adjetivos forçados,

métrica e pontuação rigorosa ,

já trazem cansaço aos olhos do leitor.



RABO SEM SAIA-PRA LER SEM RESPIRAR


Parece mentira

Mas nunca fui de piada...

Mas hoje pensando 

No último sábado

Eu mesmo reparei 

Estava inspirado


Olhei pra você

De rabo de olho

O rabo de saia

Passava por mim

Estava confuso

Já bem animado

Seu marido coitado

Perdido nos cantos

Tipo cabisbaixo

Vestido a caráter:

Sapato, um trapo

E a calça jeans.

A festa animada

Na cozinha 

A rabada

E a empregada

Vestida de saia

Ensaiava escondida

Agradecimentos

Que se esperam sinceros

Ao fim de um dia 

De grande trabalho...


E no rabo de saia

Daquela donzela

Meu olho parava

Era sentinela

E os do seu amante 

Eram cães espumantes


Tão espumantes que eles brigaram


E ai entra a graca:


Ele foi embora...

E com tanta rabada

Meu rabo de olho

O rabo de saia

O bom, que interage...

Rabo de verdade!

A saia da morena

Saiu de sua alma

Mas a alma no corpo

O rabo na alma

Dancei noite inteira....

Num quarto estrelado

Com rabo sem saia

Na saia do diabo.

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