quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

RIO DE ROMEIRO


Névoa na cidade-mãe.

É a poluição tingindo 

o entardecer.


Luto nesse mesmo palco.

Pelo golpe baixo,

Que feriu, fez sangrar.


Tece teu fio, ó rainha,

Viúva eterna,

Seu fio de pó.


(E é esse o pó.

Esse pó, da cidade,

não da grande.Da nossa.


Esse pó, que talha,

e embaraça,

nossa existência)


Busca refúgio ,

Na distância,

Do pensamento.


Pois tua cidade, ó rainha,

Não quer ser órfã

Do tempo.


E a névoa do pó,

que distrai,

Que tu crias,


E perturbas o sono,

de seus concidadãos.

De seus meros vigias.


É a certeza que um reino,

Por mais forte,

por mais distante,


Precisa de base,

E essa base teces,

em forma de amantes.


O povo exaltado,

repara , ó rainha,

que a base que teces,


Lhe traz agonia.

Essa névoa que crias,

Do pó da cidade.


E o povo inquieto,

com teu sofrimento,

grita, para seu tormento:


-Saia do trono, ó rainha querida.

Vá buscar moradia em outra cidade.

Lá não serás rainha,

Mas serás felicidade.

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