domingo, 21 de março de 2010

Vivo versificado

Vivo versificando,

O que não vejo,

Quem não vejo,

Da minha memória, 

Os abandonados meandros


Como um rio em cheia,

Exploro todos os lugares,

Entro, devasto, me aconchego,

Saio deixando solo fértil.

Poesia na correnteza.


E fartura de palavras,

Chega a minha mesa,

dicionário aberto,

é te abraçar em segredos,

Esclarece todas incertezas.


E como quem chega ao mar,

Me abro em delta de canais estreitos,

Cada um é parte de mim,

E cada parte tem seu defeito.

Só praia de areia branca,

( que é você), pra me juntar sem medo.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Estrada de terra

Passa a cana, passa o vento,

Olha o arvoredo.

Sente o chão queimar


Vim de longe, vou sem medo

Faço meus rodeios,

Pra te encontrar.


Vivo um pouco pra depois,

Não me canso de esperar.


Pela estrada sigo, 

cego, meu caminho.

Em verso, livre,

Peço o mar.


Veja areia a desfazer, 

Se espalhar pelo sol

Que traz o entardecer


Tanto tempo a te esperar,

Chão de terra, 

talha o rio, leva,

meu caminho, enterra.

Os segredos do mar,


Tempo,Passa a vida, passa o medo,

Solta seus cabelos,

Me solto a pensar


Vim de onde, dou meu jeito

Levo junto ao peito

O som do meu lugar


Quem será você "nós dois"

Grito pra não sufocar


Pela estrada sigo, 

cego meu caminho.

Em verso, livre,

Peço o ar.


Roda a roda

Roda e vê

A poeira baixar,

E aquele amor morrer...


Tanto tempo a te esperar


Chão de terra 

Talha o rio, leva

o meu caminho, enterra

os segredos do mar




Mas a viola é companheira,

que não dá rasteira

não me deixa amar,

Prefiro ser cego pra não ver

Onde ela vai me levar...


(Marcelo de Lamare-Chico Cabral)



Bom to sem poesia nova pra botar então to botando ai uma música do Marcelo com letra minha e dele.

sábado, 13 de março de 2010

Me deixa aparecer

Com passo suave,

Me chega em silêncio,

Não faz desacato,

não transmite veneno.


E em leve batida,

Coração desmancha

Cabelo sempre solto,

Me sinto, assim como você,

criança.


Felicidade, 

dificulta minha escrita,

Ou é critica,

que julgo sempre mais construtiva?


É algo por dentro,

Que trava meus dedos,

E um imã me leva ao 'delete'.


Num compasso suave,

ouço o silêncio da boa música

pra ver se acaba essa cãibra 

Na extremidade das mãos.


E assim eu faço,

Rodeios no que é fácil de dizer:

-Oi, ensaiei a vida inteira pra protagonizar

Mas só consigo viver seu coadjuvante


segunda-feira, 8 de março de 2010

Cadê você?(sonho, você e estudo)

Cego por não te ver

Vez em quando,

De quando em talvez.

Não, ainda não sonhei.


Por isso aqui estou.

Meus versos sonhando,

Pulsando, aflitos,

falando de amor.


-Escreve menino!

Olha pro futuro!

Pelo menos não esqueça

Como é o nome mesmo??

...

Ah!, Estudo!

segunda-feira, 1 de março de 2010

CRUZANDO O CANAL



Noite em Casablanca,

Não consigo dormir.

Cruzo o canal uma, duas...

São tantas que perco a conta


Não fosse a luz cegante,

Do noticiário noturno,

só o que me iluminaria 

seria brasa, e todo seu perfume.


Coisa rara a essa hora,

não me turva o pensamento,

pensar em um amor real,

Que não foi jogado ao vento,


E em Suez me pergunto,

Se vou conseguir dormir.

Apago o ponto de luz,

E deixo a Luz da TV,

Nos meus olhos sumir...