quarta-feira, 27 de janeiro de 2010


O Guarany


Ói...

Discunjura,

O sol enreda a tarde,

E queima o pouco que há,

O que não tiramos,

E o que ainda pensamos em criar...


De vento bravo, em calmaria,

O mesmo sotaque carregado,

O mesmo tom desbotado,

Andando, só por andar.


O dia teima em cair,

A noite tem que chegar,

Por mais sofrida que seja,

A luz do entardecer,

Não basta ver pra crer,

A meia-lua no ar.


De fé em tudo,e crendice,

Que nessa terra tudo dá.

Carrego na mão um terço 

A cruz posta na fronha,

Levo também no coração 

Uma coragem medonha...


No alto de uma palmeira,

Na lenda Tamandaré,

Em terras quilombolas,

A Batalha contra os Aimorés.


Da ficção fez-se o nome,

Da ilusão a estada.

E o mesmo sol que queimava,

Nos dava prazer na Qued'áqua.


Entre a arte e o improvável,

A memorável jornada,

A noite coroa com estrelas,

Um filme que roda na alma,

Os filmes cavalgam na mente,

Enquanto a gente cavalga.


Do adeus demorado,

Ao rápido conhecimento,

é tudo simples e raro,

Até o tempo do tempo...

2 comentários:

  1. Discunjura! que poesia madura! zéguéné! madura nunca! o que esta maduro só tende a apodrecer...
    Viva o verde!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
    Abs, muito bom cochi

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  2. po mlk fiquei arrepiado... boa escritura!

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