domingo, 3 de janeiro de 2010

SEMNOME


Vai, vai embora de mim,

Vai embora paixão,

sai da sala de estar,

mas pela porta,

não se perca em porão.


Vai, vai amor sufocado,

não quero seu abraço,

nem tampouco espaço,

em seu compartilhado,

generoso coração.


Não, certeza, hoje não

Reflito ainda um pouco,

mas dei o apito final,

O tempo ontem foi curto,

já hoje há tempo maior


O que será isso em meu pulso?

Que eu sei,  não é pulsação

Como posso mudar de assunto?

E conversar comigo, em versos,

Me parece inspiração perdida em vão...


Mas pra chegar ao fim de tudo.

Preciso me acostumar 

A não mais viver de sonhos,

o mundo é lógica, por isso não tenho fé

(e como explicar o meu pulso?)


Não quero mais lhe dar a mão.

Mas pra isso tenho que aplicar 

a lógica do mundo ao coração.




Soneto do tempo a dois.


Só vivo do passado por escolha

Não penso nunca em dizer não,

Enquanto for virtude a desilusão

Sei, não há lençol que me acolha.


Lembro do futuro no espelho,

Não sei se há em mim tal desapego,

se houvesse, poderia não chorar

O tempo que é presente e que não veio.


Na mesa só um prato pra servir,

não mais o que foi no pensamento,

A vela esconde o riso,


O que é que há?

Me fala por que tensa?

Se já disse o que penso.

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