segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Ai, que inveja que me dá

essa minha obrigação

De não ter compromisso


(Solto, sempre solto no ar)


Mesmo assim, mal visto por todos,

Sinto que meus versos,

Lhe abrem um sorriso.


Ai, como eu queria invejar,

Esse seu jeito, de achar,

Que tudo pode mudar, nada é fixo,


(Solta, leve, alta no ar)


E mesmo assim, livre de todos,

Lê com os dedos meus versos,

e os veste, como a um crucifixo.


Não me ame, nunca mais me ame!

Quero ser como um qualquer.

Morrer de morte morrida,

Longe dos braços da mulher.


Mas não quero ser Ivan,

Que perto da ribanceira,

repara que não viveu,

E vive o último passo,

Reconstruindo seus passos,

Rezando por um falso Deus.


Mas se algo mais promissor,

A vida me conceder,

Quem sabe um médio escritor?

E assim nunca morrer...


Mas não quero ser Arturo,

Que mesmo vivendo a verdade,

Amou e nunca a teve,

Ela, em sua mediocridade.


Por todos esses exemplos, 

Que vêm da imaginação

(Já disse não tenho obrigação)

Vou me deixar levar.


Então quem sabe estaremos um dia,

Soltos, leves, sempre soltos no ar...




Bom só pra não deixar ninguém as escuras... Ivan e Arturo são, respectivamente personagens de Tolstoi e John Fante.... agora explicar os personagens é outra história, portanto leiam os livros!

São: A morte de Ivan Ilicht do Tolstoi, e Pergunte ao pó do Fante! é isso!

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